Rastreamento do câncer de mama: quando começar, como funciona e o que esperar

Imagem de uma mulher segurando uma fita rosa simbolizando o combate ao câncer de mama. Foto de Angiola Harry na Unsplash

O rastreamento do câncer de mama é uma forma de investigar precocemente a presença da doença em pessoas que ainda não apresentam sintomas. O principal exame usado para isso é a mamografia, um tipo especial de raio-X que consegue detectar alterações nos seios antes mesmo que sejam percebidas ao toque.

Detectar o câncer cedo aumenta muito as chances de tratamento eficaz e reduz o risco de morte. Por isso, entender como e quando fazer esse rastreamento é fundamental para cuidar da sua saúde.

Quem deve fazer o rastreamento do câncer de mama?

As recomendações abaixo seguem a Sociedade Brasileira de Mastologia (https://sbmastologia.com.br/):

  • Anualmente ou bienalmente para mulheres a partir dos 40 ou 50 anos, dependendo das diretrizes de saúde;
  • Pessoas com alto risco, como aquelas com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, podem precisar iniciar o rastreamento antes dos 40 anos;
  • A mamografia costuma ser feita regularmente até os 74 anos, mas pode continuar após essa idade se a pessoa estiver saudável e com boa expectativa de vida.

No Brasil e em outros países, as diretrizes podem ser diferentes. Por isso, é importante conversar com um profissional de saúde que conheça seu histórico pessoal e familiar.

Quais os benefícios e riscos do rastreamento?

O principal benefício é detectar o câncer antes que ele cresça ou se espalhe. Mas é importante conhecer também os possíveis efeitos colaterais do rastreamento:

  • Falsos positivos: a mamografia pode apontar uma alteração que não é câncer, o que gera ansiedade e pode levar a exames extras, incluindo biópsias desnecessárias. Se isso acontecer com você, entenda melhor o que é uma biópsia e quando ela é indicada.
  • Diagnóstico de cânceres que não precisariam de tratamento: às vezes o exame encontra tumores que nunca causariam problemas. No entanto, como não é possível prever isso, o tratamento é feito de qualquer forma, o que pode incluir cirurgias, quimioterapia ou radioterapia.
  • Exposição à radiação: a mamografia envolve uma pequena dose de radiação, mas os estudos mostram que os benefícios superam esse risco.

Como é feita a mamografia?

Cada mama é colocada entre duas placas que a comprimem para tirar imagens claras de diferentes ângulos. Esse aperto pode ser desconfortável, mas dura apenas alguns segundos.

As imagens são analisadas por um médico chamado radiologista. Se houver algo suspeito, outros exames podem ser solicitados, como:

  • Mamografia mais detalhada ou com mais imagens
  • Ultrassom das mamas
  • Ressonância magnética (em casos selecionados)

Se ainda houver dúvidas, o médico pode solicitar uma biópsia da mama. Nesse caso, veja este post sobre como é feita a biópsia de mama e os cuidados após o exame.

E se o resultado da mamografia for anormal?

Mantenha a calma. 9 em cada 10 mamografias alteradas não indicam câncer. Muitas vezes, o médico apenas precisa de uma imagem melhor ou de outro exame para confirmar que está tudo bem. Só uma pequena parte dos casos realmente exige investigação mais aprofundada.

Autoexame ainda é recomendado?

Hoje em dia, a maioria dos especialistas não recomenda mais o autoexame das mamas como forma de rastreamento, pois ele não demonstrou reduzir o risco de morte por câncer de mama.

No lugar disso, recomenda-se a “autoconsciência das mamas”. Isso significa conhecer o aspecto e o toque normais dos seus seios, e procurar o médico se notar algo diferente, como caroços, alterações na pele ou secreções.

Com que frequência devo fazer mamografia?

Ainda há debate sobre a melhor frequência. Alguns especialistas recomendam a mamografia a cada 2 anos, enquanto outros preferem a realização anual. Se você tem risco elevado, o médico pode sugerir um esquema diferente.

O mais importante é falar com seu médico, avaliar seus fatores de risco e decidir juntos a melhor forma de acompanhar sua saúde mamária.

Leitura recomendada

Quer saber mais sobre biópsias em outras partes do corpo, os riscos e como se preparar? Leia também: “O que é uma biópsia e quando ela é indicada


Referência

  1. Patient education: Breast cancer screening (The Basics). In: UpToDate, Connor RF (Ed), Wolters Kluwer. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/breast-cancer-screening-the-basics

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